• Diálogos,  História,  Jornalismo,  Resenha

    O machismo com ares de modernidade da revista Fon-Fon

    Obra da historiadora Vívian Marcello Ferreira Caetano descortina a proposta editorial da publicação ícone da belle époque brasileira Por Mauro César Silveira Os ventos da modernidade na chamada Primeira República (1889-1930) sopraram em direções determinadas, sob condições igualmente estabelecidas: o Brasil tentava ostentar a imagem de nação civilizada, varrendo para debaixo do tapete o passado colonial e escravista, sem abrir mão de manter a abismal desigualdade social do país. Assim, o projeto de profundas reformas urbanas na então capital federal, iniciado em 1903 pelo prefeito Pereira Passos, com forte apoio do presidente Rodrigues Alves, precisou contar com o jornalismo como estratégico aliado para disseminar essa mudança cosmética. O bordão oficial…

  • História,  Jornalismo

    O inimigo estava na trincheira: a imagem dos aliados nas páginas dos jornais brasileiros e argentinos na guerra contra o Paraguai

    Durante a circunstancial aliança constituída na guerra contra o Paraguai, Brasil e Argentina não puderam evitar os reflexos de um passado marcado por conflitos bélicos e pela permanente desconfiança. Em muitos momentos da contenda, os jornais brasileiros e argentinos atacaram o país vizinho na campanha militar na Bacia do Rio da Prata. Uma ideia-imagem se impôs na imprensa sul-americana nos períodos mais desgastantes daquele episódio: o inimigo estava na trincheira. Esta é a síntese do artigo intitulado O inimigo na trincheira: a imagem dos aliados nas páginas dos jornais brasileiros e argentinos na guerra contra o Paraguai, publicado em 2015, na revista  História: Debates e Tendências, do Programa de Pós-Graduação em História da…

  • História,  Jornalismo

    Chargistas brasileiros combateram ao lado do Império de D. Pedro II contra Solano López

    Por Mauro César Silveira O jornalismo satírico da Corte brasileira pendeu para um lado na ação militar contra o Paraguai nos anos 1864-1870: apenas o inimigo das forças imperiais foi vítima da ação dos chargistas que atuavam no Rio de Janeiro. Até mesmo o abolicionista e republicano Ângelo Agostini, considerado o primeiro grande caricaturista brasileiro, alinhou-se com o discurso do governo de D. Pedro II. É de autoria dele uma das produções mais impressionantes daquele período, O Nero do Século XIX. A imagem apresentava um projeto de monumento ao sadismo do presidente paraguaio Francisco Solano López, que se erguia, imponente, sobre uma montanha de esqueletos, e foi publicada na Vida…