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Gigante espanhol do século XIX usou a face sensacionalista do jornalismo para escrever a própria história
Por Mauro César Silveira Tinha tudo para ser mais uma trajetória sofrida daquele ser humano acometido por uma disfunção hormonal e explorado comercialmente graças ao interesse mórbido de muitas pessoas. Tinha tudo para ser muito parecido à infelicidade de tanta gente exposta publicamente no século XIX, com anomalias ou doenças raras, como o inglês John Merrick, levado às telas de cinema por David Lynch no filme O Homem Elefante, de 1980. Afinal, eram tempos de espetacularização das anormalidades em nome do dinheiro fácil: a mulher barbuda, o homem cobra, as gêmeas siamesas… “Atrações” que ocupavam, com destaque, as páginas dos jornais europeus na obsessiva busca por mais leitores e leitoras.…
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Benjamin Day, o pioneiro editor das notícias falsas
Por Mauro César Silveira Os mercadores de notícias falsas no nervoso cenário contemporâneo têm um antecedente de quase dois séculos de história: o norte-americano Benjamin Henry Day, que lançou, aos 23 anos, o jornal de The Sun, em Nova Iorque, no longínquo 3 de setembro de 1833. Nascido em Springfield, Massachusetts, ele rumaria, ainda menino, para a maior cidade dos Estados Unidos e se tornaria o pioneiro editor das chamadas fake news. Quase dois anos depois da fundação do jornal, a partir de 25 de agosto de 1835, Benjamin Day apresentaria uma série de seis textos “reveladores” sobre a descoberta de vida na lua, multiplicando a tiragem da publicação e…