• Diálogos,  História,  Jornalismo

    Tristán Roca, o jornalista boliviano exilado no Paraguai em plena guerra

    Um estrategista das comunicações durante o maior conflito bélico sul-americano Por Leonam Lauro Nunes da Silva* Um trabalho de pesquisa sempre reserva surpresas. Quando escrevi a respeito das relações na tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Bolívia) durante a Guerra Grande, deparei-me com um personagem ímpar, de grande força: Dr. Tristán Roca Suárez. Em determinado momento da escrita da dissertação de mestrado, atinei que sua atuação, performance, em meio ao quadro social vigente requereria colocá-lo, não mais na condição de coadjuvante, e, sim, de protagonista do evento bélico que tanto impacto causou na vida dos países envolvidos e, quiçá, em todo o continente. Percebi, logo, que a sua história poderia render…

  • História

    Um livro didático não deve ser crítico?

    Os interesses políticos querem determinar os conteúdos educacionais Por Bárbara Dal Fabbro Ao relatarmos a perseguição a um escritor ou obra literária logo associamos a prática ao período em que a Igreja Católica, tendo o Tribunal da Santa Inquisição como braço armado, confiscou e queimou livros. Matando não só os pensamentos e ideais de seus autores, como eles próprios. Porém, os casos a que nos referimos são mais recentes e latentes. Não tomaram proporções extremadas, mas causaram polêmicas discussões em torno dos livros didáticos. Em 2007, a coleção Nova História Crítica, do historiador Mario Schmidt, foi uma constante nos jornais e revistas brasileiros. Reportagens o acusavam de disseminar a ideologia…

  • Entrevista,  História,  Resenha

    438 páginas através dos séculos para recontar a morte dos escritos mais valiosos da humanidade

    Por Bárbara Dal Fabbro Neste momento, enquanto você lê estas linhas, pelo menos um livro está desaparecendo para sempre. A morte de uma obra literária é uma regressão, um retrocesso, já que com ele se vão ideais, pensamentos, sentimentos, conhecimento e até sonhos. O que faz uma pessoa destruir um livro? Queimá-lo, rasgá-lo ou mesmo rasurar suas páginas? Estas perguntas, com certeza, permearam os pensamentos do escritor venezuelano Fernando Báez. O interesse pelos volumes destruídos ou perdidos remonta à sua infância, desde os cinco anos de idade os livros eram seus únicos amigos. Ele costumava frequentar a biblioteca pública de sua comunidade, em San Félix, Ciudad Guayana, na região oriental…

  • Entrevista,  História,  Jornalismo,  Resenha

    Amores, cocaínas, tangos e moléstias

    Enervadas, de Madame Chrysanthème, é uma crítica à vida tediosa da mulher burguesa dos anos 1920 Por Natália Huf No perfil sobre Madame Chrysanthème, também publicado aqui no Jornalismo & História, Mauro César Silveira diz que “se pudesse, ela não assinaria seus textos como Chrysanthème”. De fato, a narrativa feminista e moderna de Enervadas, de 1922, não deveria precisar ter sido assinada por um pseudônimo. Infelizmente, Maria Cecília Bandeira de Melo Vasconcelos, a mulher por trás do nome, assim como a protagonista Lúcia, viveu em uma época em que o sexo feminino estava destinado a ocupar apenas as funções de esposa, dona de casa e mãe. Escritora e jornalista, Chrysanthème…