Jornalismo
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Batalhas memoráveis para serem contadas antes de dormir
Álbum El Cabichuí Perdido reafirma cultura paraguaia no dia da independência do país Por R. Melissa Dos Santos* O confinamento global virou quase uma oportunidade de tirar o pó de obras literárias adquiridas, que, pela falta de tempo, acabaram formando parte da paisagem ornamental de nossas bibliotecas em casa. O espectro temático de leitura é enorme e as preferências variam de acordo com a ocasião e o público-alvo. Uma indicação bélica pode ser uma sugestão arriscada, mas vale a pena em coincidência com a comemoração dos 209 anos de independência do Paraguai – um dia como hoje, 15 de maio, de 1811. É muito interessante fazer um repasse dos literatos…
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Jornalismo de trincheira paraguaio do século XIX renasce em quadrinhos na quarentena
Por Mauro César Silveira O lendário Cabichuí emerge do passado na quarentena paraguaia. Aparece o número 96, que dá sequência ao satírico jornal editado nos campos de batalha da guerra contra a Tríplice Aliança a partir de 13 de maio de 1867. Lançado no final de 2019 em Assunção, o álbum ilustrado El Cabichuí perdido, produzido por uma equipe de 18 cartunistas e roteiristas que homenageia os combatentes que escreviam e desenhavam na publicação do século XIX, é uma das opções de leitura mais adotadas no Paraguai nesta época de confinamento . No alto das capas, o Cabichuí costumava mostrar, como identidade visual, um negro sendo picado por vespas – o…
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Obra “Os fuzis e as flechas” se impõe como leitura essencial no Abril Indígena
Por Mauro César Silveira No momento em que a população indígena brasileira é acossada, em plena pandemia, pelo governo de Jair Bolsonaro, um ardoroso defensor da presença do garimpo em áreas que pertencem a várias etnias do país, uma leitura é obrigatória: o portentoso livro Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura, do jornalista Rubens Valente, que reaviva a memória nacional e detalha muitas das atrocidades promovidas pelo regime militar. Repórter investigativo reconhecido pela sua alta capacidade de apuração, um talento natural decantado através de sólida e bem sucedida carreira profissional, ele construiu um vigoroso painel histórico das muitas mazelas que se abateram sobre…
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Ameaçado de extinção, o centenário L’Humanité segue firme e forte em tempos de Covid-19
Por Mauro César Silveira Depois de superar sucessivas e agudas crises financeiras, o jornal francês L’Humanité mantém viva a chama comunista na semana em que completou seus 116 anos de existência. A publicação nasceu em 18 de abril de 1904, fundada pelo então deputado socialista Jean Jaurès, um pacifista que seria assassinado 10 anos mais tarde, em 31 de julho de 1914, por se opor à Primeira Guerra Mundial. Ele foi alvejado com dois tiros na cabeça disparados pelo nacionalista francês Raoul Villain quando jantava no Café du Croissant, na rua Montmartre, no bairro do mesmo nome, em Paris, perto de onde era a redação do jornal naquela época. A…
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Carnaval, o grande momento do amor, em uma crônica de João do Rio
Exatamente um século e quatro anos atrás, no dia 26 de fevereiro de 1916, o jornalista João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, mais conhecido como João do Rio, assinava através de outro pseudônimo, Joe, na Revista da Semana, uma crônica sobre o carnaval, dialogando com um certo conselheiro, personagem ficcional, sobre as implicações morais da festa. Veja a íntegra do texto: O momento do amor Por Joe …
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Benjamin Day, o pioneiro editor das notícias falsas
Por Mauro César Silveira Os mercadores de notícias falsas no nervoso cenário contemporâneo têm um antecedente de quase dois séculos de história: o norte-americano Benjamin Henry Day, que lançou, aos 23 anos, o jornal de The Sun, em Nova Iorque, no longínquo 3 de setembro de 1833. Nascido em Springfield, Massachusetts, ele rumaria, ainda menino, para a maior cidade dos Estados Unidos e se tornaria o pioneiro editor das chamadas fake news. Quase dois anos depois da fundação do jornal, a partir de 25 de agosto de 1835, Benjamin Day apresentaria uma série de seis textos “reveladores” sobre a descoberta de vida na lua, multiplicando a tiragem da publicação e…
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Poema em forma de quadrinhos homenageia um dos grandes nomes da literatura brasileira
Um rio, dois olhares Por Ana Paula Bandeira O chargista e cartunista Jarbas Domingos transformou a narrativa do poema O cão sem plumas em imagens. Foi a forma que o pernambucano encontrou de homenagear seu conterrâneo João Cabral de Melo Neto, autor do poema escrito em 1950, quando o poeta exercia função diplomática na Espanha. A missão foi cumprida e está nas páginas da edição de janeiro da prestigiada revista Continente, uma publicação de jornalismo cultural recifense da Companhia Editora de Pernambuco. Jarbas Domingos usou seu talento com o desenho para registrar os 100 anos de nascimento de João Cabral de Melo Neto, um dos maiores talentos com as palavras…
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Le Monde exibe vigor nos seus 75 dezembros de jornalismo
Por Mauro César Silveira Concebido pelo general Charles de Gaulle, líder da França Livre – o governo exilado durante a ocupação nazista no país -, o jornal Le Monde chega a 75 anos de existência revigorado, depois de viver períodos bem tormentosos e que ameaçaram a tradicional independência da redação. No dia 18 de dezembro, a publicação chegou, pontualmente, às bancas às 13 horas, com a data do dia seguinte – uma característica peculiar mantida até os dias atuais. Lançado após a libertação de Paris, em 1944, o vespertino Le Monde começa o ano de 2020 com sede nova, em portentoso edifício localizado na Avenida Pierre Mendès-France, próximo à Estação…